A arquitectura em Portugal vive tempos de combustão abafada. Prepara-se
em Mação a arena de uma Concentração, onde seja possível atiçar as brasas e
espalhar o fumo. Uma arena que seja um espaço de convergência e de
ataque. Uma arena que conduza à definição de um diagnóstico comum, sobre este
impasse incómodo em que a arquitectura se encontra.
Sob a forma de maratona de apresentações contínuas, será dada
oportunidade a 60 arquitectos para apresentarem, em 666 segundos,
a sua visão pessoal sobre os acontecimentos que conduziram ao presente
infortúnio da arquitectura. Cada apresentação será livre e auto-proposta,
comprometendo-se cada arquitecto a trazer à arena a denúncia de um
"inimigo".
Quando o cerco aperta, é preciso apontar baterias e definir com precisão
qual o alvo a abater. A eleição e a denúncia de um "inimigo" obriga a
defender posições e a extremar convicções. A urgência dos tempos reclama esta
frontalidade, este tipo de compromisso colectivo.
À organização da CPAM cabe a responsabilidade de congregar as
participações presentes em Mação. O objectivo é construir um retrato colectivo
do estado actual da arquitectura portuguesa e lançar pistas operativas
para novas linhas de acção e de combate. A CPAM lançará muito em
breve a convocatória para a inscrição nesta maratona de contornos épicos.
Até lá, vão arquitectando o ataque ao "inimigo".