2012/11/05

“Inimigo” por Bernardo Amaral, 2012

A tirania do Mercado 





É fundamental reconceptualizar a prática arquitetónica, enquanto agenciamento num modelo económico (e biopolítico) de produção espacial. 

Consideremos a actual crise como impasse político, uma guerra entre um regime Neoliberal e o actual Estado Social Europeu, ainda sob controle de uma democracia parlamentar (é muito mais do que isto). O Mercado, feito Leviatã transnacional e multitentacular, foi ganhando cada vez mais controle sobre os meios de produção de espaço, afectando através de um biopoder neoliberal, a forma como fazemos arquitectura, mas também como a vendemos e “consumimos” ou habitamos. É importante descontruir estes mecanismos, se pretendermos que a prática arquitectónica seja algo mais que a produção de mercadoria. Nesse sentido, proponho como saída da Arquitectura para a actual crise, a saída do Mercado, que a domina e oprime. 
No seguimento desta proposta e baseado em reflexões derivadas da minha prática profissional enquanto arquitecto, promotor e habitante procurarei ensaiar visões alternativas à Tirania do Mercado, nomeadamente modelos de promoção imobiliária não comerciais ou sem fins lucrativos ( promovido por movimentos sociais, associativa ou cooperativa).